Cá estás ó Anúbis, símbolo justo
Da Necrópole guardião supremo
Tens de todo o ser mundano, terreno
O saber se foi em vida o que diz além túmulo
Ciente guardião dos mortos em julgamento
És fonte de um bálsamo edificante
De uma curiosidade constante
És o próprio ser em movimento
Q'ria ver-te mais entre os nomes
Do paganismo um dos mais célebres mitos
Para que faça justiça ao ser rito
De grande dono da libra, do teu sangue
Ó governador da sala dos deuses ornada
Deve jorrar uma brisa viva
Que faça em ti uma pena altiva
A Mameet toda consagrada
A ti deve-se o cultivo dos mortos
Aos teus caprichos e dedidação
Falo-te como quem retira o coração
Que era ao Egito, da consciência os olhos
Por tempos o Egito de convívio teu
Emprestou ao ocidente significado
De um mundo todo transportado
Aos muros helenos, teu apogeu
De Alexandre, o grande, os feitos pesastes
E destes ao filho do Sol, já em vida
A adornada vida eterna merecida
Tu, de vermelha e azul vestes, o olhastes
Para não caíres ao esquecimento
Teu valor com vida forte sempre feito
Não conhece nem mira qualquer defeito
Ó Anúbis, és o do Hades vindouro movimento
Em teu centro de vida constante
És como o cetro das almas viventes
Medes com tamanha precisão todo ente
Que sobre teus olhos acompanham
Saudosa vida tens, ó pagã divindade
Desde que por Osíris foste concebido
Como um para a glória nascido
De ser portal à eternidade
Julgador, ante Rá tu te colocas
Com altaneira visão de tudo
Espelhas em teus olhos brilhantes muito
Mais do que a vida comporta
Em juramento todos a ti curvam-se
E calados proclamam sua vida à verdade
Nem a ti podem mentir, sabes a exata metade
Que falta em cada testemunho, nobre partícipe
Da primeira sala à imortalidade
Tu és um fiel companheiro
Aos bons, um molho de urtigueiro
Aos que sorrateiros omitem a realidade
Ó Anúbis, ó Anúbis
Aceita junto a ti estes versos
É de quem da morte não esteve perto
Mas que sabe de teu nome, de teu cume
Ante a vida eivada de momentos
Plenos de tua enorme justeza
Façam-te conhecer a tua realeza
Fostes o berço lendário de tantos eventos
Por isso que todos vos cantem
Em dia façam um símile de sinceridade
Pois completarás a outra metade
Com a benevoléncia que outros encantem-te
Arcannus (22/02/2016).