Nos muros do mar, fui eu
Aquele ao vento debater-se
No fundo olhar-se e ver-se
A que tempo meu mundo nasceu
Sem rectas e dictos, sem sustento
A ver o desgosto aparente
A tragédia que é-se e sente-se
Eu agora espumo sofrimento
Ah, leve brisa, desassossego
Eis aquilo que agora conto
Quero eu comigo um encontro
Para dizer-me o desequilíbrio que vejo
Toda vez que abro a meus olhos fitos
Nesta mar que agora me atinge
Pois este nem mesmo finge
Sou eu mesmo este campo infinito?
Vida, vida, ó vida minha
Avental de meus sonhos, presente
Serei eu este que ao mar ver que sempre
A vida vive-se sozinha?
Que eu saiba de minha careza
Quero a mim sempre encontrar
Nos muros altos deste mar
Em viagem de minha inteireza
Ponham-me a mais bela mesa
Hoje eu quero a vida contar
Eustáquio Silva (28/01/2016)
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