Translate

terça-feira, 10 de maio de 2016

Soube eu que chove em ti



Soube eu que chove em ti
Chove em ti como um choro
De desgosto, de desconsolo
Chove-lhe todo o tempo, teu existir

Não, não penses que cada gota é doída 
Veio-te roubar a beleza
É poesia, é profunda limpeza
A profilaxia de tua própria vida

Sina de ser alguém imperfeito
Como todos aqueles que rodeiam-te
Que também não podem nem deitam-se
Sem um dia de lágrimas estarem cheios

A chuva de teus olhos é redentora
Traz-te de volta a antiga formosua
Transforma cada lágrima em vida sua
E lá fora só são solidárias a sua vida toda

Ó, musa, Calíope, bem o sabe
Quem não chora é quem vida não tem
A quem a toda dor diz algum amém
Não é teu caso, não é tua verdade

Por isso chores bem à vontade
Porque o choro é como inverno
Vem e esfria e depois é certo
Que deixa passo aberto à primavera de verdade


Eustáquio Silva (10/05/2016) 

Sem comentários:

Enviar um comentário