Vivo a noite
Vivo a noite ou a
noite me vive
Sinto-a como a mim
ser todo tempo
Como se de escuridão
fosse
Verso obscuro, um
açoite
Um Lázaro antes de
ressuscito
A candela que acendo
faz-me observar
O quanto sou
diferente daquilo que digo
O quanto tão
facilmente chamo de amigo
Aquilo que, em
verdade nada é, e não há
Vivo a noite ou de
noite faço-me presente
Com requinte nos
olhos, sou um furacão
Sem ventania,
desvario, força, sem nada
Apenas ando de mãos
dadas com o absurdo
Achas pouco?
Sim, agora certeza
tenho: vivo a noite
E nela deito e
deixo-me dormir
Até o pó de tudo
sair
E ir embora meu todo
tormento
Eustáquio Silva (01/02/2016).
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