Aquela verdade de mim, aquela poesia de mim...
Aquela sensação de que serei eu a ver a morte agora
De que serei eu a conquistar o último som, última hora
Descem-me ao meu sorriso, são meu fim
Não deixo que transpareça, mas sei que tem um sim
Um sim à vida que acaba, que não volta e, enfim
Cobra e como faz com que eu não tenha demora
O verso de mim, o verso tolo e pequeno de mim, eu
Em minhas palavras, em minhas coitadas palavras
São como as minhas poucas e longas páginas
A depor que o acabou agora já morreu
Sou eu que disse: vou-me embora e doeu
Em mim deixar-me só à sepultura para seu
Destino terminar como quem não tem mais nada
Ai! Ai ai!, a dor no peito que está aqui
O poeta em sua lacrimejante cena
Está aqui, acolá, comigo e contigo, ali
O mundo todo em uma língua trémula
Sempre que eu vá eu não vejo mais problema
Em dizer que o que nada sente, nada deve existir
Eis como cheguei ao verso final
Eustáquio Silva (22/04/2016).
Esse verso de mim, esse verso de todos os pontos de mim. Esses sentidos de todos os cantos de mim. Esses tons de mim.
ResponderEliminarSão-me como o que hei-de ter em cada passo que dê e em cada logradouro que tenha. Sou eu o meus mais próprio sistema de sentir e sentir mais e mais uma vez.