Charles-Pierre Baudelaire, um flamêur, o correspondente francês do inglês Dandy e do português Boémio. A nove de abril de 1821 viera ao mundo e já imerso no universo romántico da época levou-o ao ponto mais alto, à cimeira, com uma poesia de desilusões e de desastres cuja classificação de Poeta Maldito vem-lhe a calhar.
Génio, poeta de sangue (tanto literal quanto metaforicamente), do género que os olhos, à imagem, desaguam a melancolia agressiva e o culto da área obscura de todos os dias, merece ele, ah como merece, o título incomum de poeta e grande poeta do século XIX. Os oitocentos não seriam os mesmos sem as suas flores do mal que beiram o grotesco aponto pelo igualmente francês Victor Hugo que em sua teoria literária chamou a este de berço da poesia. O poeta tal qual um cataclismo bolça sobre o mundo e por este é cursado da pior maneira possível, com chacotas, desdém e isolamento. Em todo poeta cuja producção é comparada a elitista e sem sentido, há este sentimento que o cúmulo do romantismo trouxe, pois só a partir daí prestou atenção que não era um ser divino e sim um ser humano que depende do que olhos atentos o digam.
Mas acima de qualquer digressão ao ser poeta, mesmo que oportuna, Baudelaire merece cá está por tudo que fez e ainda faz pela poesia a transfigurar-se naqueles que nele espelham-se em todas as gerações presentes até hoje. Se joga você, ó poeta iniciante, o jogo das paixões absurdas, do hedonismo lascivo e da lámina que divide a alma, estás com ele em boa companhia. Embriagai-vos como ele mesmo diz de tudo até mesmo dentro desta chávena e o que couber nela. Parabéns a Baudelaire e parabéns a poesia!!!
Eustáquio Silva (10/04/2016).
Comentário feito um dia após seu aniversário para que todos tenham tido tempo de embriagar-se, como era sempre seu conselho!
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