Eu cantarei um dia da tristeza
Por uns ternos não ternos e saudosos
Que deixem aos alegres invejosos
De chorarem do mal que não lhes pesa
Abrandarei das penhas a dureza
Exalando suspiros tão queixosos
Que jamais os rochedos cavernosos
Os repitam da mesma natureza
Serras, penhascos, troncos, arvoredos
Ave, montanha, flor, corrente
Comigo hão-de-chorar de amor enredos
Mas ah! que adoro uma alma que não sente !
Guarda, Amor, os teus pérfidos segredos,
que eu derramo meus ais inutilmente
Leonor de Almeida Portugal - Marquesa de Alorna (1750-1839)
Compartido por Eustáquio Silva (07/04/2016).
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