Pegadas, caminhos, e ondas
Eis o sonho que tive
Eis as palavras que disse
Tudo que temos é o que navegamos
Silente ou perto de mais da costa
A vida são como seu movimento
Um vai e vem que a cada momento
Leva-nos a ser onde estamos
Um dia, um poema, um ensinamento
Um miúdo a quem conversa
Animais de todas as espécies
Tudo e todos, navegamos
E lá ao fundo o barulho majestoso
Tantos marujos, tantos sonhos, tantos tesouros
São como pétalas de ouro
Não do metal, mas do que precisamos
Vem uma fina chuva de prazer
De inebriar qualquer versejador
A dizê-lo: és tu meu senhor
O depósito para onde quedamos
E a viver sempre a sair de lugar a lugar
Em cada porto que se ancora
Sabe-se logo em acolhida que é de agoras
Que formam-se o dia que navegamos
Rios que cortam-te e deitam-se ao lado
São como filhos em teu seio de regresso
E digo ao miúdo: somos este perto
E as pegados e hemos de ir a deixar
Mas que linda situação eu vejo
O sonho mais belo que tive
Com o cantar das ondas eu disse
Viver é como sempre aportar
Acordo de um dia tenebroso
Ao lado dos que considero, dos que amo
Não há presente em maior tamanho
Eis o meu continente majestoso
Rica é a mar, rico são seus dizeres
Mesmo quando permanece em seu siléncio
E meu sonho foi meu momento
De dizer-lha como é-me importante
Eustáquio Silva (29/04/2016).
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