Translate

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Nos muros do mar

Nos muros do mar, fui eu
Aquele ao vento debater-se
No fundo olhar-se e ver-se
A que tempo meu mundo nasceu

Sem rectas e dictos, sem sustento
A ver o desgosto aparente
A tragédia que é-se e sente-se
Eu agora espumo sofrimento

Ah, leve brisa, desassossego
Eis aquilo que agora conto
Quero eu comigo um encontro
Para dizer-me o desequilíbrio que vejo

Toda vez que abro a meus olhos fitos
Nesta mar que agora me atinge
Pois este nem mesmo finge
Sou eu mesmo este campo infinito?

Vida, vida, ó vida minha
Avental de meus sonhos, presente
Serei eu este que ao mar ver que sempre
A vida vive-se sozinha?

Que eu saiba de minha careza
Quero a mim sempre encontrar
Nos muros altos deste mar
Em viagem de minha inteireza
Ponham-me a mais bela mesa
Hoje eu quero a vida contar



Eustáquio Silva (28/01/2016) 

Sem comentários:

Enviar um comentário