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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Aos donos do novo cetro - Sátira

Aos donos do novo cetro, por favor, escutai
De vós não equilibro uma palavra de humor
Só tenho por vós um profundo horror
Pela ponta afiada de vossos punhais
Ora calai-vos e não faças do povo desordem
Arruaceiros!
A vida é liberdade e pães novos
E não um rio sujo
De palavras e discursos de ódio
Não quero ouvi-los, não faleis palavra alguma
Não ouvirei o resmungo de suas agruras
São só fábulas de remissão de não remidos
São só escadas para lugar algum, ao vazio
Vós e os cataclismos somais a mesma coisa
Não vos entendo
A vós donos do novo cetro
Queiras retirar-se de meu recinto de poemas
É uma ordem!
Defendo a gramática de vossas orgias com a língua
Não façais com que possa fazer de vós uma íngua
A acompanhar-me até mesmo em meu espaço de escrever
Não me escutais?
Agora vais!
Não queirais que vos seja consolo
Dói em mim ter que vê-los em meus arredores
A além mar quero logo aportar
Ficar em paz, ver o meu corpo descansar
Dessa podre infâmia de tantos homens e mulheres
Que redondos pensam leis como leite de magnésia
E cobram uns aos outros o que não oferecer de melhor
Vou-me logo
Antes que por vós eu me contamine
Antes que pelo vosso torpor eu me angustie
Saiam da minha página!
É meu último chamado
Tenhais piedade sou só um pobre fazedor de palavras
Um acomodado aos versos
E só neles quero ficar
Longe de vós
Obrigado



Eustáquio Silva (04/04/2016). 

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