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sábado, 2 de abril de 2016

Lusíadas - Cantos I a III - Camões

I

As Armas e os Barões assinalados
Que da ocidental praia Lusitana 
Por mares nunca antes navegados
Passaram ainda além de Trapobana  
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana 
E entre remota gente edificaram 
Novo Reino que tanto sublimaram 


II 

E também as memórias gloriosas 
Daqueles reis que foram dilatando 
A fé, o império, e as terras viciosas 
Da África e da Ásia andaram devastando
E aqueles que por obras valerosas 
Se vão da lei da morte libertando 
Cantando espalharei por toda a parte 
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte

III

Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram 
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama de vitórias que tiveram 
Que eu canto o peito ilustre lusitano
A quem Neptuno e Marte obedeceram
Cesse tudo que a musa antiga canta 
Que outro valor mais alto se alevanta  


Luís Vaz de Camões - Lusíadas 


Eustáquio Silva (02/04/2016).
 

1 comentário:

  1. Os Lusíadas é um enorme e bem feito poema épico cuja intenção é a de exaltar a história clássica de Portugal desde antes da invasão romana e prolongá-la até os dias de Camões. Com rimas geralmente postas em ABABABCC formam uma ascensão de poética sobre uma enormidade de possibilidades existentes em cabeça de um génio como Luís Vaz de Camões.

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