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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Um sonho com a mar

Pegadas, caminhos, e ondas
Eis o sonho que tive 
Eis as palavras que disse 
Tudo que temos é o que navegamos 

Silente ou perto de mais da costa
A vida são como seu movimento 
Um vai e vem que a cada momento 
Leva-nos a ser onde estamos 

Um dia, um poema, um ensinamento
Um miúdo a quem conversa
Animais de todas as espécies 
Tudo e todos, navegamos 

E lá ao fundo o barulho majestoso
Tantos marujos, tantos sonhos, tantos tesouros
São como pétalas de ouro
Não do metal, mas do que precisamos

Vem uma fina chuva de prazer
De inebriar qualquer versejador 
A dizê-lo: és tu meu senhor
O depósito para onde quedamos 

E a viver sempre a sair de lugar a lugar 
Em cada porto que se ancora
Sabe-se logo em acolhida que é de agoras 
Que formam-se o dia que navegamos 

Rios que cortam-te e deitam-se ao lado
São como filhos em teu seio de regresso
E digo ao miúdo: somos este perto
E as pegados e hemos de ir a deixar 

Mas que linda situação eu vejo
O sonho mais belo que tive 
Com o cantar das ondas eu disse
Viver é como sempre aportar 

Acordo de um dia tenebroso
Ao lado dos que considero, dos que amo
Não há presente em maior tamanho 
Eis o meu continente majestoso 

Rica é a mar, rico são seus dizeres
Mesmo quando permanece em seu siléncio
E meu sonho foi meu momento
De  dizer-lha como é-me importante 



Eustáquio Silva (29/04/2016).

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