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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Aquela verdade de mim, aquela poesia de mim ..

Aquela verdade de mim, aquela poesia de mim...
Aquela sensação de que serei eu a ver a morte agora
De que serei eu a conquistar o último som, última hora
Descem-me ao meu sorriso, são meu fim
Não deixo que transpareça, mas sei que tem um sim
Um sim à vida que acaba, que não volta e, enfim
Cobra e como faz com que eu não tenha demora

O verso de mim, o verso tolo e pequeno de mim, eu
Em minhas palavras, em minhas coitadas palavras
São como as minhas poucas e longas páginas
A depor que o acabou agora já morreu
Sou eu que disse: vou-me embora e doeu
Em mim deixar-me só à sepultura para seu
Destino terminar como quem não tem mais nada

Ai! Ai ai!, a dor no peito que está aqui
O poeta em sua lacrimejante cena
Está aqui, acolá, comigo e contigo, ali
O mundo todo em uma língua trémula
Sempre que eu vá eu não vejo mais problema
Em dizer que o que nada sente, nada deve existir

Eis como cheguei ao verso final



Eustáquio Silva (22/04/2016).

1 comentário:

  1. Esse verso de mim, esse verso de todos os pontos de mim. Esses sentidos de todos os cantos de mim. Esses tons de mim.
    São-me como o que hei-de ter em cada passo que dê e em cada logradouro que tenha. Sou eu o meus mais próprio sistema de sentir e sentir mais e mais uma vez.

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