Translate

segunda-feira, 21 de março de 2016

A arte não é; sente-se

Outro dia perguntaram-me: o que é arte a ti? Disse eu que não sabia. O indagador indignado: mas como não, pois? Se tu vives a falar dela como se dela entendesse até as conas (Foi chulo eu sei, mas é o que sempre vos digo, nem em todos há paciência ao diálogo)? Justamente por isto, eu respondi a tentar argumentar é que não há conheço. Não há consigo captar por completo. 

Ora lá, leitores, arte é emoção, e sei lá eu o que sentis vós ao ver uma escultura, um quadro, a ouvir uma música, a abrir uma garrafa de um bom vinho, a ver u a boa foto/imagem, ao ver o sorriso da pessoa amada, tudo isto é arte. Arte não é um conceito analítico, que eu possa usar somente o verbo ser e tudo está a resolver-se. Não! Eia! Muda de época a época. Transforma-se, mas sempre põe de frente um criador e um apreciador, sempre estes cá estão como mensagem enviada e mensagem recebida. Estarei eu a mentir e a ser desonesto convosco quanto a este amigo?

Todas as vezes que escuto As Quatro Estações de António Vivaldi ou quanto deparo-me com uma imagem da Monalisa de Da Vinci, sou eu outro e a arte também o muda. Neste campo sou heraclítico, pois rios mundo e a arte pode ser dicta um rio que conforma-se em não parar em direcção ao oceano do grande deleite.

Tendo às artes clássicas e árcades, neoclássicas e românticas, mas isto não faz-me dono da verdade sobre a arte. Por isto não sou suficientemente errático a dizer que a arte que faz-me bem aos sentidos é arte. 
Não há como impor-se arte, que, quem escolhe é quem a quer. Temos lá, ora por que não?, as nossas críticas e as nossas gramáticas de percepção e perspetiva artísticas. Aliás, a palavra perspetiva é formidável a dizer de arte. Cada um dos bilhões de seres humanos e até mesmo alguns não-humanos mais evoluídos sabem que há um olhar sobre a arte. Esta forma de olhar é que faz uma latrina colocada por Duschamps arte, coisa que a outros é "modernice" aos litros. Mas é o resultado final o que vem a importar. 

A arte é o sentimento que transborda e que refere-se ao objecto olhado como único. Por isto termino este post indagativo, meio improvisado, eivado de expressões e poucas respostas a mostrar-vos um quadro (arte plástica) e digais vós se é arte vos é ou não. 


A provar que fazer arte não é coisa de seres do século XX e XXI, e que existia, em eras primitivas quem tentasse expressar-se, falar pela arte.


Eustáquio Silva (21/03/2016).

Sem comentários:

Enviar um comentário