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sexta-feira, 11 de março de 2016

Tudo começa ....

À costa da praia da Vitória havia um miúdo a empinar papagaios, diante de um por do sol que lhe custava o dia. A beleza tão grande e o desenho alimento de felicidade eram a cosedura do papagaio daquele menino. Expia só o que via:


Mar baixo, cor das pedras escuras, a cantar que hora de dormir e não de travessuras, mas o miúdo sentia no vento um aliado ia de canto a canto da Vitória em felicidade. Isto era viver e não debruçar-se em tantos compromissos. 

Por muito muito pouco o miúdo iria noite adentro, como quem pensa como quem age, como quem tenta ser o herói que a Angra dá o nome. Em sua cabeça de criança, fazia sempre a festança e queria por queria que o papagaio subisse mais algo ainda. 

- Ó miúdo tenha lá modos, veja lá a comida a esfriar no prato! 
- Já vou eu mamã! Espera lá a senhora um tantinho que eu sou o miúdo mais feliz agora, veja o vento como gosta de mim! 
- Ora vento gosta de alguém além de si! Só sopra para onde quer ir! Do Funchal em breve é amigo! 
Nem te escondas, pois já é bem a hora! Vamos logo é hora de ir embora! Há criança em ti precisa dormir! 
- Não te aquietes, sei até o seu nome! O vento que lá vem é Firmino e é tão bem apessoado e de mim gosta! 
Não sei se sabia o que dizia, ou era a levar um relha que confessava que só uma desculpa dera para viver mais um pouco de sua aventura. 

Quando é-se miúdo em qualquer quinta do mundo. Só precisa-se de pequena alegria. A vida hoje é tudo que é preciso. Como uma onda chega e bate no chão de areia. Assim era aquele miúdo de Angra que da vida só precisava de uma pouca esperança que aquele dia não acabasse ainda. 

Ó, céu meu, dia meu, tempo meu, minha vida! Eis aquilo que tudo deve tocar! Eu queria era mesmo falar com mais tempo sobre a peraltice de Zeca de Heroísmo. Um Peter Pam às avessas, ou menos refinado, alguém que crescera amarrado ao hábito de sempre ser só alguém a ter algo a contar. 

Da areia de chão batido, do azul de que tão limpo ficou verde. Eis aí o que sempre conhecera. Zeca, Firmino, quem seja, qual seja, todo um mundo. A explodir em vida desde o fundo. Assim se faz uma bela história de miúdos. 



Eustáquio Silva (11/03/2016)

2 comentários:

  1. Explique-se:
    Praia de Vitória é uma das praias constantes do Arquipélago de Açores em Portugal.

    Angra do Heroísmo: cidade constante do mesmo arquipélago.

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  2. O personagem Zeca do Heroísmo voltará em outras oportunidades e em outros lugares. Basta ampliá-lo a visão e logo sairá mais escritas a ele.

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