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quinta-feira, 3 de março de 2016

Vivo a noite

Vivo a noite


Vivo a noite ou a noite me vive
Sinto-a como a mim ser todo tempo
Como se de escuridão fosse
Verso obscuro, um açoite
Um Lázaro antes de ressuscito

A candela que acendo faz-me observar
O quanto sou diferente daquilo que digo
O quanto tão facilmente chamo de amigo
Aquilo que, em verdade nada é, e não há

Vivo a noite ou de noite faço-me presente
Com requinte nos olhos, sou um furacão
Sem ventania, desvario, força, sem nada
Apenas ando de mãos dadas com o absurdo
Achas pouco?

Sim, agora certeza tenho: vivo a noite
E nela deito e deixo-me dormir
Até o pó de tudo sair
E ir embora meu todo tormento 



Eustáquio Silva (01/02/2016). 

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