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quarta-feira, 23 de março de 2016

Led Zeppelin - Stairway the Heaven


Eu conheci aos Zeppelin por esta música. Em minha juventude a fazer a pergunta: como numa mesma música tem tanto, mas tanto ritmo e coisas diferentes? O começo lento, triste, "And my spirit is crying for leaving..." e, anos mais tarde comecei a compará-la a uma poema romântico. Explosões de todos os sentimentos a significar uma das mais sérias e modernas maneiras de expressar emoções. O triste, o místico, o agressivo, o relativamente violento e novamente a calmaria. Tal qual uma tempesta vivaldiana, em pleno verão, eis aí a máxima de que a música feita como Suíte é uma das dádivas da arte. 

Se comparasse com uma ode de Horácio, o refrão combinaria exatamente o estribilho e há a conexão fortíssima entre o que se diz e o que ouve-se. Um estalido.  Uma chance única  de reequilibrar o que perde-se entre tantos siléncios musicais e tantas vagas entre palavras poéticas. Isto eu vejo em música dos Zeppelin e, apesar de outras grandes canções, esta é insuperável por isto. Um voo de si mesmo e para si mesmo a encurtar a saga sartriana com muita emoção em jogo. 

Não sei qual teria sido o espírito criador desta música e se pretendia alçar voos tão altos. Pensar uma letra, uma harmonia, uma melodia, um conjunto feito destas, pode ser só um trabalho de um músico, mas as vezes, pode ser a elegância de um génio a preparar algo que mostrará uma eternidade. Esta poderá não ser eterna mas demorará muito a deixar de ser escutada. Um tipo de música que tocaria onde estivesse alguém sentava a tomar uma Chávena de Mundo, a buscar outro mundo e a comprá-lo. Por isto cá está, por suposto, a hora de dar-lhe lugar neste espaço. 



Eustáquio Silva (23/03/2016).

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